A VERDADEIRA FILOSOFIA É REAPRENDER A VER O MUNDO
Quando eu li o livro A culpa é das estrelas, estava fazendo uma viagem. Passei o dia lendo no carro, estava viajando para pegar um avião, e, quando sentei no avião, estava naquela parte final, que você que leu ou viu o filme sabe qual é. Eu chorei durante 20 minutos até terminar o livro, com todo mundo olhando pra mim (provavelmente achando que eu estava com medo de voar – e eu estava, mas não era por isso que estava chorando). Chorar em público por um livro: quem nunca fez, um dia fará né?
Só que no fim do filme isso não aconteceu. Não é que eu não tenha gostado, gostei muito! Achei o filme muito fiel e o jeito que eles fizeram as conversas por SMS ficou muito engraçadinho. Mas eu não consegui sentir tanto. Não sei se é porque eu já sabia o que ia acontecer, ou porque eu estava tanto na expectativa de chorar que acabei não chorando. Mas o que eu acho que aconteceu foi que, no livro, eu mergulhei mais. Por demorar mais tempo para ler do que para ver um filme, eu acabei me envolvendo mais. Eu criei o Gus e eu criei a Hassel do jeito que eu queria e de um jeito que acabou me apaixonando mais do que o Gus e a Hassel do filme. Às vezes os personagens dos filmes superam muito aquilo que a gente imaginou ao ler né? Bom, comigo, dessa vez, não foi assim. Acho que eu estava muito apaixonada pelo Gus da minha cabeça (ele era tão lindo!).
O que me encantou na história foi à identificação que eu acho que a maioria das pessoas pode sentir. Embora poucos adolescentes tenham de enfrentar um câncer tão novo, o câncer não é o foco, é um obstáculo que a Hassel e o Gus têm que enfrentar para ficarem juntos pelo tempo que puderem. Sinto que o câncer era, sim, um modo de o autor falar sobre o sofrimento de ter que passar por isso e estar em volta de pessoas passando por isso, mas também poderia ser entendido como aquilo que acabaria com qualquer amor – no caso, o primeiro amor. Desse modo, ele disse, “ei, seu amor, principalmente seu amor