A Valoriza O Do Trabalho
A Corrente Sindical Classista (CSC) tem levantado, como eixo estratégico de sua atuação na atualidade, a bandeira do "desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho". Nesta palavra-de-ordem está contida a idéia de que a valorização do trabalho deve ser a base de um novo projeto nacional, alternativo e contraposto ao modelo neoliberal. Com esta visão, a CSC - segunda maior tendência no interior da CUT - esforça-se para aprofundar sua elaboração sobre o tema, abordando-o sob uma ótica classista/marxista.
Esta bandeira também já foi encampada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne o grosso das forças populares; ela divulgou recentemente o manifesto "Mobilização pelo desenvolvimento com soberania e valorização de trabalho". Este fato ilustra a crescente influência desta proposta, que adquiriu maior urgência a partir da eleição e posse do governo Lula. Mas quais as bases e as justificativas convincentes para a tese de que a valorização do trabalho é a principal fonte do desenvolvimento? TRABAHO E PRODUÇÃO
Os clássicos da economia política (Smith, Ricardo e Marx) indicaram a relevância do trabalho como força motriz da produção. É a força de trabalho que cria a riqueza social, que agrega valor às mercadorias, que valoriza o capital e que constitui, em última instância, a substância da própria moeda. Eles notaram que o valor é dado pelo tempo de trabalho empregado na produção, de forma que valor e volume da produção em escala social são proporcionais à quantidade (tempo) e à qualidade do trabalho empregado.
Decorre da lei do valor que, sendo o volume da produção equivalente ao tempo de trabalho (consideradas como dadas a produtividade e a jornada), o tamanho e o desempenho do PIB dependem obviamente do nível de emprego. Quanto maior o número de horas trabalhadas, maior será a quantidade de mercadorias produzidas. Por esta razão, aumentar substancialmente o nível de emprego é uma condição primária para a retomada do