A USINA NUCLEAR DE ANGRA I E SEU PLANO CONFIDENCIAL DE EVACUAO URBANA

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas
ISSN 2238-1627, Nº 3, junho de 2012

A USINA NUCLEAR DE ANGRA I E SEU PLANO CONFIDENCIAL DE
EVACUAÇÃO URBANA1
Isabel Cristina Veloso de Oliveira2 [e-mail] Selene Herculano

RESUMO
Este trabalho recupera o debate ocorrido na imprensa no ano de 1986 sob o título “Energia
Nuclear: para quê?” e que também alcançou o Judiciário, em Ação Civil Pública movida pela então Curadoria de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Tais debates giravam em torno do medo de um acidente nuclear em Angra dos Reis e da denúncia de um plano de evacuação da cidade, praticamente inexistente, ineficaz e confidencial. O desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, ocorrido naquele 1986, que havia aumentado a rejeição às usinas nucleares e fortalecido os movimentos ambientalistas em todo o mundo, era tema também recorrente nesses debates.
O artigo faz um histórico das manifestações e dos debates em torno da rejeição e da paralisação de Angra I, através da análise dos documentos que restaram e que constam do acervo deixado por um dos protagonistas do acontecimento, o Procurador de Justiça do
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Dr. João Batista Petersen (1948-1998), então Curador de Meio Ambiente, que impetrou uma Ação Civil Pública pelo fechamento da Usina Nuclear de Angra I, e da liminar concedida pelo Juiz Nicolau Cassiano Neto.
Após uma introdução sobre as fontes de energia elétrica e uma descrição do desastre de
Chernobyl e suas consequências, o artigo descreve os debates pela paralisação de Angra I, a Ação Civil Pública e seus desdobramentos, propondo uma reflexão sobre as instituições e seus indivíduos e agentes.
Palavras-chave: Usina Angra I. Energia Nuclear. Plano de Emergência. Riscos ambientais.
Angra dos Reis. Ação Civil Pública. Ministério Público

Este artigo é fruto das pesquisas desenvolvidas no projeto “Memórias de Ambientalistas do Rio de Janeiro”,