A unidade habitacional na Vila: tipologias e sistemas construtivos
A unidade habitacional na Vila: tipologias e sistemas construtivos
As vilas eram habitações construídas por empresas para abrigar seus funcionários. Essas habitações, em sua maioria, tinham sala, cozinha, quartos e banheiro, ao contrário dos cortiços que eram apenas pequenos cômodos.
Assim, as famílias tinham a possibilidade de desenvolver as funções domésticas no interior das habitações.
A disposição dos cômodos das vilas obedecia ao modelo da tripartição burguesa onde as zonas sociais, íntima e de serviços eram bem definidas:
A sala voltada para a entrada destinada ao uso social; a cozinha e o banheiro, ao fundo, sinalizando as áreas de serviços; e os quartos numa posição mais central na planta.
Outra diferença existente entre as vilas e os cortiços eram as aberturas das habitações. Nas vilas, as janelas e portas estavam presentes em maior número, enquanto nos cômodos dos cortiços elas eram praticamente inexistentes, o que aumentava ainda mais a possibilidade de propagação de doenças.
As vilas localizavam-se em lugares isolados e possuíam, além das habitações, vários equipamentos coletivos – escolas, igrejas, enfermarias, clubes, comércios – para suprir a ausência de mercado de trabalho de serviços e equipamentos urbanos.
Esses serviços oferecidos eram administrados e sustentados pela indústria, que exercia controle quase absoluto sobre seus funcionários, tanto durante a jornada de trabalho, como nas chamadas horas livres.
A vila economizadora
Construída pela Sociedade Mútua Economizadora Paulista, entre 1908 e 1915, e pelo
Empreiteiro Antonio Cocchini, um imigrante italiano que trabalhou com arquitetos como
Ramos de Azevedo e Giuseppe Sacchetti, destinada principalmente ao aluguel residencial. A proposta foi elaborada dentro dos padrões da época e está inserido na malha urbana, onde as ruas que foram abertas receberam os nomes dos sócios da empresa construtora da vila – rua Dr. Cláudio de Souza, rua Dr. Leôncio Gurgel, rua Dr.