A ultima nau
Este poema situa-se claramente em dois tempos distintos. O tempo passado, que tem vivas as memórias de um império construído durante a 2ª dinastia, e o presente, que reflete ainda esse passado em que Portugal deixou de cumprir o seu destino.
Toda a primeira estrofe remete-nos então para a ideia de um Império que desaparece com D. Sebastião, que com ele leva um tempo de hegemonia de Portugal no Mundo que rapidamente vou explicar.
Para isso é preciso remontar ao início da 2ª dinastia em q Portugal, numa época de crise, vai procurar fora das suas fronteiras a solução para os seus problemas. Inicia-se então a epopeia dos descobrimentos com o rei D. João I. Durante o reinado de D. João I e D. Duarte o destino da expansão marítima é controlado pelo infante D. Henrique aparentemente sem qualquer contestação.
À data da morte do infante, estava no trono D. Afonso V que tinha uma visão muito medieval do rumo q deveria tomar a expansão. Vira-se para as conquistas no norte de África instituindo assim uma clivagem clara entre aqueles que defendiam o rumo atlântico da expansão com o qual Fernando Pessoa anos mais tarde se vai identificar, e os que defendiam o rumo Africano. Essa clivagem é expressa por Luis de Camões no episódio do velho do restelo.
Com a morte de D. Afonso V e a subida ao trono de D. João II o país opta claramente pela via atlântica. Este rei foi um monarca visionário e o verdadeiro construtor do império Português uma vez que foi ele traçou o rumo dos descobrimentos futuros. Nesta altura, Portugal tinha um peso político tão importante na Europa, que conseguiu que o papa assina-se um tratado que dividia o mundo por descobrir em duas partes. A parte Portuguesa e a parte Espanhola.
Apesar de D. Manuel ter seguido a linha de conduta do