O Poema Horizonte
O título do poema Horizonte evoca um espaço longínquo que se procura alcançar, funcionando, assim, como uma espécie de metáfora da procura, como um apelo da distância, do “longe”, à eterna procura dos mundos por descobrir e simboliza a verdade do conhecimento.
Na 1ª estrofe o poeta descreve o encantamento dos navegadores , quando conseguem ver o concreto para lá do horizonte , que antes era absurdo. Passadas as incertezas , as inseguranças dos navegadores e as dificuldades do caminho, abre-se o conhecimento para sul das naus dos portugueses.
No primeiro verso da primeira estrofe Pessoa
Apóstrofe
através da apóstrofe, invoca o “mar anterior a nós”, ou seja, o mar das trevas, o mar ainda não descoberto, reforçando a grandiosidade da admiração que o povo português tem pelo mar , utilizando para isso o pronome pessoal “nós”,
Isto significa que após desvendadas e descobertas as terras e o “mar anterior” revelou-se então o mistério. E abriu-se esse conhecimento quando as naus dos iniciados viajaram para Sul.
Isto é ,com a expressão "naus da iniciação" (v. 6) esta é uma referência às naus portuguesas que, impulsionadas pelos ventos do "sonho", da
"esp'rança" e da "vontade" ao passarem no “Sul
Sidério”( onde se situavam as terras mais baixas) , abriram novos caminhos e deram início a um novo tempo, descobrindo a maior parte das terras desconhecidas. .
Partindo desde pressuposto de um mar anterior ao das descobertas,
Pessoa sublinha, o contraste entre o mar desconhecido e assustador através de substantivos como
“medos”, “noite e a cerração”,
“tormentas” e “mistério” que remetem para a face oculta e tenebrosa da realidade (tem conotação negativa) ; e que, através de palavras como “coral praias e arvoredos”, “desvendadas”,“Abria” e
“Splendia”, que contêm a ideia de descoberta ( apresentando uma