A TRANSFERÊNCIA NA EPISTEMOLOGIA DA PSICANÁLISE E EM OUTRAS TEORIAS PSICOLÓGICAS
E EM OUTRAS TEORIAS PSICOLÓGICAS
Sheila S. Rodrigues
“No começo da Psicanálise é a transferência”, Lacan
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo, falar sobre questões epistemológicas da psicanálise Freudiana, apresentar sobre a dificuldade dos estudiosos sobre o conceito de inconsciente e apresentar também a questão da transferência, seu conceito e sua importância na aplicação da análise e também em outras linhas teóricas da psicologia.
PALAVRAS-CHAVE: Transferência; epistemologia; psicanálise. Freud coloca a psicanálise como uma ciência da natureza, e não como uma ciência do espírito, pois para ele, o objetivo principal da psicanálise é descrever o inconsciente, que seria uma região da realidade, somada à interpretação, esta no sentido de explicação e não como exercício de compreensão. A questão epistemológica da psicanálise, é justamente sobre o inconsciente, pois o conceito do mesmo foge à visada da filosofia; mesmo tendo sido construída com bases científicas, a psicanálise não trabalha com a matéria e sim, com a psique, com o desejo, e isso a diferencia e a distancia das demais ciências conhecidas. Vemos em Freud, um agnoticismo radical, composto por duas posições:
“uma posição técnica — essa neutralidade que o psicanalista deve assumir e que o obriga, na clínica, a abster-se de todo julgamento de valores — e uma posição epistemológica — a renúncia a qualquer concepção do homem e do mundo, preservando-se de qualquer pressuposto metafísico.” (Aguiar, 2006) Outro aspecto da psicanálise que incomoda muitos epistemológicos é a recomendação de Freud, para que o analista se coloque como objeto de investigação, no intuito de adquirir experiência analítica, ou seja, a psicanálise pode ser vista como “forma de investigação e, ao mesmo tempo, uma intervenção clínica.” (Aguiar, 2006) A psicanálise como ciência, possui um protocolo composto pela regra da livre associação para o analisando; a