A Tica Da Responsabilidade Em Bonhoeffer
Em sua obra o Discipulado, Bonhoeffer estabelece aquilo que para ele é definitivo como marco e orientação: a vontade de Jesus Cristo: Em última análise, o que se reveste de importância para nós não é a vontade desta ou daquela figura dos meios eclesiásticos; o que pretendemos saber é o que Jesus quer. Há um desafio à responsabilidade, partindo, em primeiro lugar, do compromisso com Jesus e este compromisso gira em torno da busca por uma vida integral para todo ser humano: o mandamento de Jesus jamais destruirá a vida, antes a manterá, fortalecerá e sarará. Na verdade, o discípulo de Cristo, deve agir em prol da reunião entre a humanidade e Deus, com base no exemplo de seu mestre. Cada vez fica mais claro no decorrer de seu pensamento que a marca um discípulo não é uma confissão oral em prol de Jesus e sim a obediência. Portanto cada situação merece uma análise própria que se resume em agir e obedecer: Literalmente, não sobra tempo para inquirir quanto à qualificação do meu semelhante. Tenho de agir e tenho de obedecer; tenho de ser o próximo para os outros. Em Vida Comum, Bonhoeffer diz que a Igreja foi incumbida de tomar decisões comunitárias. Como comunidade ela deve ser responsável. Na obra Resistência e Submissão, é uma crítica à Igreja que colocava a sua segurança acima da responsabilidade, é também uma crítica política. O compromisso cego com o nazismo, sustentado com a tese do princípio do dever é uma ação irresponsável. O Cristão não pode tomar atitudes apenas quando sente a injustiça na própria carne, mas precisa sofrer e comparecer diante dos sofrimentos dos seus semelhantes. A Ação responsável propõe portanto um preço. Ética na verdade não é uma obra terminada por Bonhoeffer, ficou incompleta. É uma compilação de fragmentos preservados nas diversas etapas de sua vida e publicadas postumamente. Fica bem claro que Bonhoeffer sabia exatamente o que dizer da ação responsável como uma proposta ética. Para