A TEMPORALIDADE EM “A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSIS
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A TEMPORALIDADE EM “A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSISVinícius Delfino
Esta análise literária utilizará como objeto de estudo o conto “A Cartomante”, de Machado de Assis e terá como enfoque somente um dos elementos que compõem a narrativa, a temporalidade.
A narrativa se desenvolve no tempo, configura-se um enredo que terá a temporalidade como dimensão que, por sua vez, é inerente ao gênero. Nesse sentido, o conto “A cartomante” é construído como um de seus pilares a temporalidade, pois o enredo organiza personagens e ações em uma linha temporal. Nesse contexto, o tempo na obra é apresentado de modo cronológico, pois contém marcadores explícitos de temporalidade, como lemos no fragmento:
“(...) numa sexta-feira de novembro de 1869(...)”, “(...) No princípio de 1869, voltou Vilela da província (...)”, “(...) era perto de uma hora da tarde (...)”, e, além disso, os acontecimentos da narrativa são organizados de uma forma que o leitor é capaz de organizar cronologicamente o tempo em que eles ocorreram. Na primeira, introdutória, fica-se sabendo que Rita, dotada de espírito ingênuo, havia consultado uma cartomante, achando que seu amante, Camilo, deixara de amá-la, já que não visitava mais sua casa. Desfeito o mal-entendido, faz-se um flashback que vai explicar como se montou tal relação, que inicia com:
“Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado”. Vale ressaltar que, esse retorno ao passado é marcado pelo tempo no trecho: “No principio de 1869, voltou Vilela da província". No conto é notória também a presença do tempo psicológico, este que, por sua vez, flui na mente das personagens e que a duração de um momento varia de acordo com o sentimento que tal fato provoca. Este elemento é apresentado
em Camilo, principalmente após ele receber um bilhete de Vilela dizendo: “Vem já, já, à nossa casa;