A tecnologia e o cotidiano.
Circe Mary Silva da Silva
Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner
Resumo
Este texto traz algumas reflexões para orientar os caminhos a serem seguidos por um investigador iniciante em Educação Matemática. Chamamos a atenção para a dicotomia entre teoria e prática e a necessidade de sua articulação. Escolhemos as perguntas discutidas na Conferência de Estudos do ICMI em Washington, em 1994, como norteadoras do presente artigo. Apresentamos uma lista de questionamentos orientadores de um projeto de pesquisa e apontamos as principais linhas de pesquisa no Brasil, identificadas por Fiorentini (1993). A seguir, colocamos algumas sugestões para serem incorporadas em cursos de formação inicial e continuada de professores de Matemática, bem como mencionamos a necessidade de socialização do saber produzido nas pesquisas.
Palavras-chave:
Pesquisa em Educação Matemática, formação de pesquisador, formação de professores.
Neste artigo, queremos compartilhar algumas reflexões sobre a preparação de um pesquisador em Educação Matemática. Tem sido muito difícil para o professor que atua na escola do ensino fundamental, médio e mesmo superior tornar-se um professor pesquisador. Para aqueles que aspiram a ingressar num curso de pós-graduação, quer seja stricto sensu ou lato sensu, não se constitui numa tarefa fácil elaborar um projeto de pesquisa nem tornar-se um investigador. Discute-se muito sobre as dificuldades do ensino e sobre as necessidades de sua melhoria. As revistas divulgam artigos cada vez mais especializados, com termos desconhecidos para a maioria dos professores, e comentam resultados interessantes que parecem que dão certo. Porém, esses estudos ficam cada vez mais distantes da prática de sala de aula e não oferecem ao professor idéias concretas. Esse professor também aspira a um ensino mais eficaz e atraente, mas sente-se muitas vezes impotente por não