A Superação e a imitação do Neoclassicismo
ARGAN, Giulio Carlo. “Arquitetura e ‘Enciclopédia’”. In: A História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 197-203.
O livro História da Arte como História da Cidade, no qual se encontra o texto a ser resenhado, foi escrito pelo renomeado Giulio Carlo Argan, nascido na Itália, em Turim, no ano de 1909. Aluno do crítico e historiador da arte Lionello Venturi, destacou-se internacionalmente a partir da década de 30 com estudos sobre a arte medieval e renascentista.
O objetivo principal será estudar Ledoux, arquiteto nascido em 1736 na França, e Boullée, arquiteto também francês nascido em 1728, classificando-os como criadores ou copiadores e caracterizando sua arquitetura por meio dos projetos por eles propostos.
O Neoclassicismo, movimento em que se inserem os arquitetos em questão, foi fundado em Roma, pouco depois de 1750 e foi um regresso ao clássico uma vez que “a perfeição pertence aos gregos, não aos modernos.” 1 Essa perfeição adquirida pelos gregos vem da simplicidade e de uma tranquila grandiosidade das atitudes e das expressões.
A arquitetura deste período caracterizaria-se por fazer uso da linguagem clássica no que concerne ao uso de frontões, ordens, entablamentos, pórticos, uso da simetria e da racionalização, formas geométricas, retorno das cúpulas monumentais (tendo em vista o tamanho modesto das cúpulas da arquitetura rococó) e uso de volumes corpóreos predominantemente lisos em contraponto ao rebuscamento do período anterior.
“Boullée e Ledoux são os grandes fundadores da arquitetura neoclássica, não como imitação estilística do antigo, mas como forma radical da figura, da função, da profissão do arquiteto.”2 Além de predominantemente tipológico o neoclassicismo caracteriza-se também pela firme oposição entre tipo, estilo e consequentemente modelo. A saber, tipo pode ser classificado como um esquema conceitual, um princípio elementar, estilo, uma classificação de