A sociologia de durkheim
“(...) cada indivíduo bebe, dorme, come, raciocina, e a sociedade tem todo interesse em que essas funções se exerçam regularmente. Assim, se estes fatos não fossem sociais, a sociologia não teria um objeto que lhe fosse próprio e o seu domínio confundir-se-ia com os da biologia e da psicologia. Mas na realidade, há em todas as sociedades um grupo determinado de fenômenos que se distinguem por características distintas dos estudados pelas outras ciências da natureza. Quando desempenho a minha obrigação de irmão, esposo ou cidadão, quando satisfaço os compromissos que contraí, cumpro deveres que estão definidos, para além de mim e dos meus atos, no direito e no costume. Mesmo quando eles estão de acordo com os meus próprios sentimentos e lhes sinto interiormente a realidade, esta não deixa de ser objetiva, pois não foram estabelecidas por mim, mas sim recebidas através da educação (...) os fiéis, quando nascem, encontram já feitas as crenças e práticas de sua vida religiosa: se elas existiam antes deles é porque existiam fora deles. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir meu pensamento, o sistema monetário que emprego para pagar as dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas minhas relações comerciais, as práticas seguidas na minha profissão etc. funcionam independentemente do uso que deles faço. Tomando um após outro todos os membros de que a sociedade se compõe, pode repetir-se tudo o que lhe foi dito, a propósito de cada um deles. Estamos pois em presença de modos de agir, de pensar e sentir que apresentam na notável propriedade de existir fora das consciências individuais.” (Durkheim - As regras do Método Sociológico)
“(...) maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem. Por conseguinte, não poderiam ser confundidos com fenômenos orgânicos, visto consistirem em representações e ações; nem com os fenômenos psíquicos, por