A Sociologia confronta
1 Professora do Departamento de Metodologia de Ensino e do Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.
MEDIAÇÕES, LONDRINA, V. 12, N. 1, P. 113-130, JAN/JUN. 2007
SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO NO BRASIL
“Somente quem vê algo sociologicamente quer algo socialmente”. Com esta frase, Florestan Fernandes (1978, p. 22-28) sintetiza o que ele considerava uma das funções do ensino de Ciências Sociais nas escolas e universidades, na sociedade brasileira de meados do século XX: a capacitação dos jovens estudantes para uma participação consciente na vida social e política. Isto na medida que as ciências sociais permitem desobstruir o horizonte intelectual e libertá-lo das concepções tradicionais e religiosas do mundo, assim como dos “efeitos sedativos da propaganda”, que manipula a opinião pública para determinados fins e se “infiltra em nossa mente de fora para dentro”. Nesta perspectiva, as ciências sociais potencializam uma compreensão ampla do mundo social e a formação do “novo tipo de homem” exigido pela sociedade da época.
Tal expectativa com relação às funções educativas das ciências sociais é coerente com o percurso seguido pela Sociologia ao ingressar na comunidade científica e no sistema educacional brasileiro. Sabe-se que no Brasil as condições propícias ao desenvolvimento das ciências sociais verificam-se com a desagregação do regime escravocrata e senhorial e a transição para um regime de classes, quando concepções secularizadas da existência social, explicações racionais da atividade política, econômica
MEDIAÇÕES, LONDRINA,
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA PRESENÇA
DISCIPLINAR DA