A sociedade em rede
Nas últimas três décadas, a sociedade tem passado por uma revolução concentrada nas tecnologias da informação, que alterou as bases da economia, do Estado e da sociedade. Isso ocorre em um momento em que os sistemas de representação política passam por uma crise de legitimidade, em grande parte como consequência de escândalos amplamente cobertos pela mídia, e em que as pessoas buscam ansiosamente por uma identidade onde possam se sentir seguros, seja pela religião, etnicidade, território ou nacionalidade. É preciso ficar atento para que essa crise não rompa os laços existentes na sociedade, e a tecnologia vem, para nos ajudar nesse processo.
A tecnologia não, determina a sociedade, dado que a tecnologia é a sociedade e suas ferramentas não a representam por inteiro. E, embora a sociedade não determine a tecnologia, ela pode preservar ou promover seu desenvolvimento, principalmente por meio do Estado, já que o mesmo sempre foi o principal patrocinador do desenvolvimento tecnológico, na medida em que expressa e organiza as forças sociais em um determinado tempo e espaço. O meio decisivo de difusão desse paradigma se deu pelo processo de reestruturação capitalista. Identificamos o avanço da tecnologia em todos os lugares, e com culturas e condições diferentes em cada país esse avanço se caracteriza de acordo com seu ambiente.
Essas novas tecnologias integram o mundo em redes, onde a comunicação mediada por computadores têm gerado comunidades virtuais. Por outro lado, aqueles que estão excluídos da rede respondem com a exclusão da lógica unilateral da dominação estrutural, em um processo recíproco de desligamento, cuja reconstrução do significado ocorre, principalmente, com bases étnicas e religiosas, desaguando na intolerância cujos efeitos são bem conhecidos.
Estamos diante de uma revolução. A história ocorre