A sociedade como objeto de estudo e os usos e abusos da cultura
Em um conhecido episódio da nossa história, Oswaldo Cruz liderou uma campanha de erradicação da febre amarela na cidade do Rio de
Janeiro. Cientista de grande porte, tendo estudado no Instituto Pasteur, na França, convenceu as autoridades de que era necessário vacinar todos os moradores da cidade. Objetivamente, sua preocupação era a de combater uma epidemia que estava matando grande parte da população carioca.
Entretanto, essa iniciativa não foi bem recebida pela população, que atacava os agentes da brigada sanitária e promoveu uma série de protestos que ficou conhecida como a "Revolta da Vacina". Uma das causas da reação adversa da população foi o fato de que, para aplicar a vacina, os agentes sanitários viam os braços desnudos das moças, considerados objeto de desejo na época, e, portanto, não podendo ser mostrado a estranhos.
Pergunta-se: se Oswaldo Cruz pudesse ter recorrido a um cientista social, como ele poderia ter auxiliado? Analise sob o prisma da objetividade científica e da relação sujeito/objeto os fenômenos acima descritos.
O senso comum é o conhecimento baseado no saber de "experiência feita", ou seja, trata-se do conhecimento adquirido com a prática e empregue nas nossas atividades quotidianas. Está ao alcance de qualquer pessoa. Trata-se de um tipo de conhecimento de caráter prático, ametódico, assistemático, imediato e que permite o ser humano a realização das tarefas mais simples. Em contraposição temos o conhecimento científico, trata-se de um conhecimento que exige um método. É, portanto um conhecimento de pendor racionalista, metódico, sistemático, ou seja, encontra teorias que expliquem determinado aspecto do real, permite previsões. Estas são as características sintéticas dos dois.
Exemplos de senso comum e sua refutação pela ciência:
"Se pegar a comida que caiu no chão em poucos segundos, não faz mal"
Mito. A ciência provou que a contaminação não depende do tempo de contato.
"A voz do povo é a