A sindrome do ninho vazio
Para preencher o vazio que fica na casa e no coração quando os filhos saem de casa vale (quase) tudo: trabalho voluntário, esporte, romance e atividades de lazer. Só não pode é deixar a depressão tomar conta
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A vida acaba quando os filhos saem de casa? Ou ela está apenas começando?Sensação de casa vazia, refeições silenciosas, quarto sem uso. Em meio a este cenário, muitas mães associam a saída dos filhos de casa com a perda daquilo que consideram seu papel principal na vida: a maternidade.
Foi assim quando o filho caçula da dona de casa Helena Prudente Martins de Luna avisou que viajaria para a Austrália estudar inglês. Mesmo sabendo que dali a alguns meses Mario estaria de volta, ela teve dificuldade em aceitar a decisão do filho. “Fiquei chateada, aborrecida, mas não demonstrava. Dei força para ele”, diz Helena.
O baque maior para a mãe veio quando Mario retornou do exterior e, tempos depois, anunciou que se casaria e mudaria para a Europa. Bastante apegada ao caçula, a dificuldade em lidar com a situação foi grande porque Mario era o último a deixar a casa dos pais. Helena, também mãe de Marta e Marcelo, que já estavam casados há alguns anos, ficou deprimida, emagreceu dez quilos e precisou tomar medicamentos controlados. “Chorava à toa. Andava pela rua e achava que ia encontrá-lo”, conta.
Acervo pessoal
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As mães sofrem mais quando os filhos saem de casa
Assim como Helena, muitas mulheres são acometidas pela chamada síndrome do ninho vazio, que se caracteriza pelo sofrimento dos pais quando os filhos deixam a casa. De acordo com um estudo realizado pela psicóloga Adriana de Castro Ruocco Sartori, que atua no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e concluiu uma tese de mestrado sobre o assunto, o problema acontece com ambos os sexos, mas são as mães que sofrem mais com a partida dos filhos.
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