A sexualidade feminina nas cantigas trovadorescas
Este trabalho tem como objetivo analisar a sexualidade feminina nas cantigas trovadorescas presentes na literatura dos séculos XII à XIV. Pode-se perceber nas cantigas de amigo que o trovador tenta transmitir os sentimentos do eu-lírico feminino que normalmente trata-se de uma mulher do campo, passiva e submissa em relação ao homem e extremamente religiosa. O eu-lírico lamenta a ausência do amado, chorando a saudade de quem partiu ou expressa seus problemas sentimentais e amorosos expondo o sofrimento que lhe causam.
Geralmente, o ambiente das cantigas de amigo é a natureza e o eu-lírico sempre está só ou na companhia de sua mãe ou irmã. Estas cantigas originam-se de uma tradição da Península Ibérica, estando provavelmente ligadas a rituais de fertilidade e de casamentos, pois apresentam sinais de que eram criadas para serem cantadas em coro, enquanto se dançava. A análise da sexualidade feminina será feita através das cantigas de Martin Codax “Mia irmana fremosa, treides comigo” e “- Digades, filha, mia filha velida”, de Pero Meogo.
Nas cantigas de amigo, o eu-lírico feminino fala de seu namorado ou amante, expondo o sofrimento e a dependência que ele lhe causa, normalmente se trata de uma mulher do campo que no ambiente rural, sofre a ausência do amado. Devido aos parâmetros da Idade Média, a desvalorização feminina era tão exorbitante que a própria mulher se desvalorizava e acreditava que sem o homem não poderia seguir sua vida e seu futuro seria incerto. O que se pode comprovar nas obras a seguir.
Desenvolvimento
A obra “Mia irmana fremosa, treides comigo”, de Martin Codax, possui um eu-lírico feminino que está de acordo com o que era correto na época da Idade Média, para que a mulher não fosse desmoralizada diante à sociedade, esta não deveria andar sozinha pelas ruas. Podemos confirmar a obediência às normas sociais nos seguintes versos: “Mia irmana fremosa, treides comigo / a la igreja de Vig', u é o mar salido / e miraremo-las