A SENSIBILIDADE
A questão é: o que é a sensibilidade? Para sermos sensíveis, receptivos, temos que desenvolver a capacidade de compaixão pelos que sofrem, ter capacidade de afeição, e principalmente desenvolver uma consciência do que se passa ao nosso redor. Prestamos atenção ao outro? Conseguimos observar o sofrimento dos pobres e dos idosos pisados e dominados pelos que exploram? Será que somos sensíveis aos acontecimentos que estão acontecendo debaixo dos nossos narizes?
Ao se deparar com uma senhora entrar no ônibus, será que fingimos estar dormindo ou oferecemos o nosso lugar a ela? Isto sim implica em sensibilidade. Toda a sensibilidade é anulada quando nos tornamos disciplinados, quando ficamos com medo ou quando nos preocupamos unicamente com a nossa pessoa, com a nossa aparência, e a maioria de nos ficamos com o coração fechado e aí se perde toda a capacidade de apreciar o que é lindo.
Para estarmos livres, em todo o sentido da palavra, devemos ter primeiramente uma grande sensibilidade. Ao nos isolar nas imitações, como quase tudo o que fazemos na vida, perdemos a sensibilidade e a liberdade.
A inteligência tem que prevalecer, e para que isso possa acontecer, é responsabilidade de todos lançar uma semente, a tão falada e pouquíssimo encontrada semente da liberdade.
Só de posse dessa inteligência é que poderemos encarar os problemas vitais da humanidade.
Segundo Duarte Jr., o homem começou a sua dessensibilização após o início da era industrial. Se por um lado a automatização trouxe uma comodidade às pessoas, por outro, nota-se uma robotização psicológica geral. Desde a tenra infância somos forçados a acreditar em um modelo de ser humano imposto pela mídia, forçando-nos a perder a sensibilidade e a individualidade, e adotar esse modelo padrão de felicidade ideal que todos devem seguir. Parece-me muito importante que tenhamos consciência do paradoxo que a sociedade nos impõe, pois enquanto enfatiza