a segunda guerra mundial
Esta concepção da história não está baseada na negação da individualidade humana nem no menosprezo pela autonomia individual, estrutura de caráter ou valores. A visão de que a história é configurada basicamente pelas forças sociais resulta, precisamente, do completo entendimento do fato de que um número infinito de pressões individuais tende a criar movimentos aleatórios, que se auto-anulariam amplamente, se fossem exclusivamente individuais.
Para que a história possua um padrão inteligível e não seja uma mera sucessão de fatos desconexos, aspectos comuns têm de ser descobertos no comportamento dos indivíduos. Deste modo, milhões de conflitos individuais, escolhas e direções possíveis parecem ter uma lógica determinada, que permite serem vistos como um paralelogramo real de forças, sujeitas a um número finito de resoluções e conseqüências possíveis. É isto o que acontece na história real.
Aqueles que negam a primazia das forças sociais na configuração do destino humano, de modo paradoxal, também atenuam o papel da maioria dos indivíduos na sociedade. Só em circunstâncias nas quais a vasta maioria tenha sido excluída do fazer história, poucos "grandes homens" podem ser dotados do poder de configurar eventos. Quando o materialismo histórico afirma a primazia das forças sociais sobre as ações individuais, na determinação do curso da história, não nega que certos indivíduos podem desempenhar papéis excepcionais. Se homens e mulheres fazem a história, é sempre com uma certa consciência