A sambópera e a autenticidade musical

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A Sambópera e a autenticidade musical

Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar a Sambópera de Augusto Boal como um gênero musical que problematiza a noção de autenticidade musical. Essa discussão será feita a partir da análise da sambópera A
Traviata (2001/2002), uma releitura da obra de Verdi, La Traviata.

Palavras-chave: Sambópera, Augusto Boal, A Traviata, autenticidade musical.

The Sambópera and the musical authenticity
Abstract: This paper presents Sambópera by Augusto Boal as a genre that questions the idea of musical authenticity. This presentation will be based on the analysis of the sambópera A Traviata (2001/2002), a new approach to Verdi’s work La Traviata.
Keywords: Sambópera, Augusto Boal, A Traviata, musical authenticity

Resumo da ópera
A ópera tem suas origens na Tragédia Grega, definida por Aristóteles, em sua
Poética, como a forma de “atingir uma purificação por meio de paixões como a piedade e o medo” (ROCHA FILHO, 1986: 26). Constituída de declamações rítmicas (ações) articuladas pelo coro e corifeu, a tragédia atuava na formação da sociedade através dos arquétipos mitológicos, fazendo recair o pathos sobre os espectadores, não apenas sobre os personagens, provocando a catarse que traria o sofrimento e a reflexão sobre a vida.
No final do século XVI um grupo de nobres florentinos, conhecido como
Camerata, buscava reconstituir a música pelos princípios da Grécia Antiga, propondo uma nova forma de drama-musical através da encenação de Dafne. Surge assim a primeira ópera, que data de 1597, composta por Rinuccini e Peri. Mas é em 1607, com Orfeu de Moteverdi, que a ópera atinge sua forma conceitual, com árias no lugar dos recitativos, e a formação instrumental já prefigurando a orquestra.
Desde então a ópera vive a tensão entre ser drama-musical ou musical-dramático, pois a simples inversão desses termos muda radicalmente sua concepção. Compositores de diversas épocas atuaram como defensores daquilo

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