A ritalina no Brasil
O metilfenidato, conhecido no Brasil como ritalina, é um estimulante do sistema nervoso central e está na lista dos mais consumidos no mundo. Esse medicamento é comumente utilizado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Além do tratamento do TDAH, a ritalina também é indicada no tratamento da narcolepsia (distúrbio do sono) e obesidade.
De acordo com o último relatório da ONU sobre produção e consumo de psicóticos (ONU,2008), a produção mundial do metilfenidato foi de quase 38 toneladas no ano de 2006. Destas 38 toneladas, 34,6 foram produzidas nos EUA, que além de serem os maiores fabricantes, são os maiores consumidores do medicamento. A maior parte da produção do metilfenidato nos EUA é para consumo interno. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de metilfenidatos. Em 2000, os brasileiros consumiram cerca de 70 mil caixas da droga. Em 2009, foram 2 milhões de caixas. A ritalina e comercializada desde 1950 na Suíça, Alemanha e EUA. Não havia um diagnóstico específico para sua utilização. A droga era indicada para tratar cansaço em idosos e, em pequenas quantidades, em crianças com problemas de comportamento.
Como os diagnósticos do TDAH ampliaram, muitos adolescentes e adultos foram incluídos na lista de usuários do metilfenidato, o que contribuiu para o alto consumo. O diagnóstico psiquiátrico do TDAH é, de certa forma, incerto. Antes o transtorno era considerado um distúrbio de ordem infantil, hoje observa-se um crescente número de adultos diagnosticados com TDAH. Pelo fato da imagem da ritalina sempre ser associado ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, a ampliação dos diagnósticos aumentaram inevitavelmente o número de receitas da medicação. De acordo com uma pesquisa realizada nos EUA, cerca de 4,4% dos americanos adultos poderiam ser diagnosticados com TDAH.
Publicações brasileiras sobre o metilfenidato: diálogo entre ciência e público Para