A Revolução Cubana
Introdução Nosso tema de estudo encaixa-se no que se convencionou classificar “História do Tempo Presente”. Por estar conectado a um passado imediato, seus desdobramentos reverberam na atualidade e encontram-se vivos na memória coletiva. Por isso, é muitas vezes classificado como um processo inconcluso. Este campo opõe-se a noção de afastamento temporal, o que visa à objetividade da análise do historiador, sendo o envolvimento com o objeto de trabalho danoso à análise. Nesse sentido, o estudo de processos históricos contemporâneos foi, por muito tempo, negligenciado pela História Ciência. A situação começa a ser modificada quando Jacques Le Goff aponta para a necessidade de apropriação da história recente. Segundo o mesmo, uma história sem historiadores. A professora Marieta Moraes identifica a ampla aceitação do novo modelo nos anos 70 do século passado, principalmente em decorrência das lutas pela igualdade promovida pelos movimentos sociais (seja a emancipação feminina ou o movimento negro pelos direitos civis) essenciais na afirmação da história oral. As minorias apelaram à procura menos tradicional pela sua história, a história dos excluídos, aqueles que não têm voz e que a “história oficial” ignorou por muito tempo. Nesse engodo surgem novas ferramentas e o papel do historiador é repensado, principalmente a partir do surgimento dos Annales. É de acordo com os postulados da “Nova História” que apresentaremos o processo revolucionário cubano.
O processo revolucionário pode ser encarado de diversas maneiras, pois depende da subjetividade do “marco zero”, o ponto primordial da transformação. As análises comumente falam em um processo de longa duração, que seria aquele iniciado na última guerra de Independência que livrou Cuba do domínio espanhol em 1895. Outra perspectiva, a de média duração, vê como ponto de partida o momento de construção da nação e dependência dos Estados Unidos. Já segundo a temporalidade de curta duração, o