A Revolu o Copernicana e a descoberta dos transcendentais
● Kant elaborou uma teoria segundo a qual nosso conhecimento do mundo deriva da interação entre três faculdades: sensibilidade, entendimento e razão. A grande novidade da teoria de Kant, no entanto, estava em que nenhuma destas faculdades é inteiramente passiva no processo de conhecimento; todas não apenas recebem conteúdo do mundo, mas também o estruturam e transformam. A esta novidade se costuma chamar a Revolução Copernicana de Kant.
● Kant relata que, assim como Copérnico, que, quando percebeu que os dados astronômicos sobre os movimentos dos astros celestes não batiam com o modelo em que todos eles se moviam em volta da Terra, teve a ideia de experimentar um modelo novo, em que fosse o Sol que estivesse no centro, com a Terra girando em volta dele, da mesma maneira Kant, ao perceber que certas determinações, se estivessem nos objetos, não poderiam ser universais e necessárias, teve a ideia de tentar um modelo novo, um segundo o qual tais determinações universais e necessárias dos objetos não estivessem nos próprios objetos, mas fossem, ao contrário, impostas a eles pelo sujeito que os conhece. Se o sujeito, toda vez que conhece certo objeto, impõe a ele certas determinações, então, tal sujeito poderia saber antecipadamente tais determinações estariam sempre no objeto, não porque pertencem a este último, e sim porque são sempre postas nele pelo sujeito.
● O termo transcendental deve ser entendido em Kant no seguinte sentido: É algo que está no objeto, mas pertence ao sujeito; é algo que aparece sempre na experiência, mas não resulta da experiência, e sim do aparato cognitivo do sujeito que tem a experiência; é uma condição de possibilidade de toda experiência, porque é uma determinação através da qual o sujeito estrutura a própria possibilidade de ter uma experiência. As determinações transcendentais explicariam os juízos sintéticos a priori da ciência: Há determinações que, embora não