A revolta das mulheres

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Com mais de 120 anos de existência, o boxe feminino é fruto de uma luta constante das mulheres pela igualdade. Numa modalidade conotada com o sexo masculino, os últimos anos foram fulcrais para a afirmação do espaço da mulher nos ringues - inclusive, o boxe feminino deve ser uma das novidades nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Para isso, muito ajudaram as filhas de grandes mitos do pugilismo mundial da década de 60 e 70, como Laila Ali (Muhammad Ali) e Fre-eda Foreman (George Foreman), cujos combates contribuíram para deitar abaixo os preconceitos vigentes.
O boxe feminino teve início em 1876, data do primeiro combate conhecido entre mulheres (o desporto remonta ao Egipto, a 3000 A.C.). Decorrido nos Estados Unidos, tinha como prémio uma manteigueira de prata. Já antes, em meados de 1720, são descritas algumas lutas entre mulheres, embora estas se assemelhassem mais ao que é hoje o kickboxing.
Com o nascer do século XX, o pugilismo feminino começou a crescer e, em 1904, foi apresentado como modalidade de demonstração nos Jo-gos Olímpicos de St. Louis (EUA). No entanto, daí até que uma mulher participasse num combate amador, muitos anos tiveram que se passar só em 1975 é que começaram a ser distribuídas licenças feminas.
Os anos 80 ficam marcados por várias disputas legais de reconhecimento do direito das mulheres à pratica do boxe profissional. Os frutos dessas lutas surgem em 1996, ano do combate entre Christy Martin e Deirdre Gogarty. Este encontro antecipava um embate entre Mike Tyson e Frank Bruno e foi visto por uma audiência estimada em 1,1 milhões de telespectadores.
Em 1999, com a estreia de Laila Ali, (na foto) filha do ex-campeão do Mundo Muhammad Ali, o boxe feminino entrou noutro patamar. Fruto da fama do pai, Laila atraiu a atenção da imprensa mundial. O seu maior combate, em 2001, com Jacqui Fra-zier (filha de Joe Frazier, antigo rival de Ali), foi considerado uma reedição dos míticos embates entre os seus progenitores e foi visto por

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