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Os protestos continuam nos locais mais improváveis (no Bahrain, por exemplo). A longa Revolução Árabe põe duas questões que permanecem sem resposta. A primeira diz respeito à economia daquela parte do mundo; a segunda incide sobre a política.
Praça Tahrir, Cairo. Foto de Omamr Robert Hamilton, Flickr.
A Revolução Árabe de 2011 prossegue. Os protestos continuam nos locais mais improváveis (no Bahrain, por exemplo). No Valentine’s Day, uma marcha de protesto em Manama não mostrou amor algum pelos parentes de al-Khalifah. Queriam dar o seu recado. “Exigimos uma Constituição escrita pelo povo”, cantavam os manifestantes. O líder da oposição disse à imprensa que “Há um número incontável de policias de choque, mas mostramos que a violência contra nós só nos fortalece”. A polícia disparou balas revestidas de borracha e dispersou a multidão, ainda pequena. “Foi só o começo”, disse Hussain, depois de espancado e expulso das ruas.
Esses protestos pareciam improváveis, apenas porque a onda de resistência que se iniciou no final dos anos 1950s e alcançou o auge nos anos 1970s foi esmagada no início dos anos 1980s. Encorajada pela queda da monarquia no Egipto, no golpe liderado por Gamal Abdel Nasser, gente comum em todo o mundo árabe passou a ambicionar as suas próprias revoltas. Depois, foram o Iraque e o Líbano. Na península, as pessoas queriam o que Fred Halliday chamou de “Arábia sem sultões”.
A Frente Popular para a Libertação do Golfo Árabe Ocupado [ing. People’s Front for the Liberation of the Occupied Arab Gulf] emergiu das lutas em Dhofar (Omã). Queriam levar a sua luta para toda a península. No Bahrain, o braço mais tímido desse grupo foi a Frente Popular. Não durou muito. Com o nasserismo em declínio nos anos 1970s, algum novo ímpeto desse republicanismo árabe só reapareceria com a Revolução Iraniana de 1979. A Frente Islâmica de Libertação do Bahrain tentou um golpe em 1981. Havia inspiração, mas não organização. Esse arquipélago árabe