A retórica
A vida democrática exige reflexão, pois sem ela não é possível ponderar os motivos que conduzem às grandes decisões para o bom andamento das comunidades. Opiniões, posições a tomar, consequências positivas e negativas resultantes de cada uma das eventuais decisões, tudo tem que ser debatido, esclarecido, confrontado, fundamentado. Daí a necessidade das pessoas desenvolverem um espírito participativo e crítico, incentivador de polémicas e discussões conjuntas.
Em correlação com a democracia e a participação exigida ao cidadão, desenvolve-se necessariamente a retórica, como forma de colocar os problemas, de os esclarecer os resolver. A palavra substitui com vantagens a violência. O diálogo democrático suplanta a coação.
A retórica, a arte de convencer e persuadir, tem as suas origens na antiguidade clássica, devendo aos sofistas (professores itinerantes que se dedicavam ao ensino dos jovens cidadãos e dominavam a arte de persuadir pela palavra) a sua proliferação.
Eram dotados de habilidade linguística e de estilo eloquente e surpreendiam pela sua vasta sabedoria e pelos seus discursos expressivos. O seu ensino proporcionava aos cidadãos da Grécia antiga os meios e técnicas necessários à inserção e participação na vida política.
Desde muito cedo os sofistas se dão conta de que o uso da palavra, tendo em vista convencer e seduzir os ouvintes, é mais eficaz do que o conteúdo do próprio discurso. Por outro lado, a sua vida itinerante e o contato com diferentes culturas faziam-nos acreditar e defender que a verdade dos discursos é a verdade que serve ao homem, uma verdade relativa. Assim, sofista passa a estar associado ao falso saber, aquele que detém uma sabedoria aparente, que faz uso do raciocínio falacioso.
Ligação entre filósofos e retores
A filosofia e a retórica nem sempre se entenderam. Os sofistas (sophia – sabedoria) são aqueles que proliferam a retórica, como arte de convencer e persuadir. Estes foram criticados por