A retorica

ADM 012, Ra: 484741

Meyer, Michel. A unidade da retórica e seus componentes: éthos, páthos, logos. In: MEYER, M. A retórica. São Paulo: Ática, 2007.

Èthos é a imagem de si, o caráter, a personalidade, os traços de comportamento, a escolha de vida e os fins. Orador é aquele que deve ser capaz de responder às perguntas que suscitam um debate, e é esperado que ele responda bem, pois estudou para tal. Éthos é uma excelência que não tem objeto próprio, mas se liga à pessoa, à imagem que o orador passa de si mesmo e que o torna exemplar aos olhos do auditório. É o orador como princípio (e também como argumento) de autoridade. A ética do orador é seu “saber específico“ de homem, esse humanismo liga-se ao que o orador é e o que ele representa. Podemos concluir que o éthos é o ponto final do questionamento. Não podemos mais identificar pura e simplesmente o éthos ao orador pois ele é um domínio, um nível, uma dimensão, o éthos é aquele com quem o auditório se identifica, e assim consegue que as respostas por ele apresentadas sejam aceitas. É preciso distinguir o éthos imanente, que é a projeção da imagem que deve conter o éthos aos olhos do pathos de um éthos não-imanente ou efetivo. O orador pode jogar com a defasagem entre esses dois éthos ou com a identidade entre eles, a fim de manipular o auditório. O éthos se refere ao páthos e ao Logus, atestando valor moral em uma relação com o outro. O único objetivo do orador é de sinalizar para o outro que ele conhece a resposta e que o auditório pode confiar nele. Se o éthos se refere às respostas, o páthos é a fonte das questões e estas respondem a interesses múltiplos, os quais dão prova para as paixões, emoções e opiniões. A emoção transforma a pergunta que é feita em resposta, e conseqüentemente a colore de múltiplas tonalidades (temor, esperança, ódio, etc). A paixão enquanto resposta anula essa questão, transformando-a em tonalidade particular, a indiferença da paixão em relação ao problema exterior e a