A república
Na obra de Platão, Livro VIII existe a discussão acerca da cidade, na qual são avaliados os tipo de governo existentes: timocracia, democracia, oligarquia e tirania, sendo que as outras constituições estariam entre as mencionadas. Todas são examinadas quanto à sua presença em nível de publico e individual, ainda na intenção de comparar dentro delas o homem mais justo ao mais injusto, levando ao cabo a pesquisa acerca da natureza e benefício da justiça.
Com relação ao homem na democracia, já haviam constatado que ele era bom e justo (544 e). Sócrates propõe que seja examinada em seguida a constituição que privilegia as honras (timocracia) e o homem tal como ela, depois a oligarquia e o homem oligárquico, seguindo com a democracia e o democrático e, finalmente, a tirania e seu correspondente no homem (545 e).
A timocracia, sendo decorrente da aristocracia, é, pois a rebelião dos descontentes, que coloca de lado os melhores no governo e na guerra e projeta homens ávidos por riquezas, opera mudanças na forma de governo. É assim designada porque dá a entender que as outras constituições são inferiores à reinante nela, uma vez que surgem de sua corrupção. De um lado, os antigos governantes valorizam a virtude e a constituição anterior; de outro, é difícil achar homens zelosos e íntegros para os cargos de governo entre os restantes. Pois eles serão ávidos de riqueza e a valorizarão no particular enquanto a regulam no publico, descuidando, além disso, das Musas e da ginástica. Em síntese, tanto tal governo quanto o homem correspondente a ele são um misto de bem e mal, o que caracteriza essa forma de governo.
A oligarquia é examinada na cidade e no homem que a ela se assemelha. É a forma de governo que tem por critério de participação no governo o censo – um mecanismo que permite apenas os ricos no governo, ventando aos pobres essa possibilidade. O homem, na busca pela riqueza, termina por valorizá-la mais que a virtude, organizando o censo