A relação saude e trabalho
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A relação saúde/trabalho Ocupações e Saúde estão já relacionadas em vários estudos de leigos e médicos do Antigo Egito e do mundo greco-romano. O primeiro livro a abordar essa questão surgiu em 1556, quando Georgius Agrícola publicou seu trabalho “De Re Metallica”, onde eram estudados diversos problemas relacionados à extração e à fundição do ouro e da prata, enfocando, inclusive, os acidentes de trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros. Em 1567, Paracelso publicaria a primeira monografia a abordar especificamente a relação entre trabalho e doença, ao estudar vários métodos de trabalho e inúmeras substâncias manuseadas, dedicando especial atenção para as intoxicações ocupacionais por mercúrio. Mais tarde, em 1700, Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho, publica sua obra “De Morbis Artificum Diatriba”, onde descrevia uma série de doenças relacionadas com cerca de cinqüenta profissões diversas e estabelecia definitivamente a relação entre saúde e trabalho. Contudo, apesar dos consagrados trabalhos de Agrícola, Paracelso e Ramazzini, o interesse pela proteção ao trabalhador no seu ambiente de trabalho só ganharia maior ênfase no século XIX, com o impacto da Revolução Industrial. Inicialmente, instalaramse fábricas improvisadas em galpões, estábulos e velhos armazéns, principalmente nas grandes cidades onde era abundante a mão-de-obra, constituída essencialmente por mulheres e crianças. A situação dos trabalhadores era dramática, provocando indignação na opinião pública, o que acabou gerando inúmeras comissões de inquérito no Parlamento Britânico. Em 1802, foi aprovada, na Inglaterra, a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno e tornava obrigatória a ventilação do ambiente de trabalho e a lavagem das paredes das fábricas duas vezes por ano. Décadas depois, em 1833, como as condições de trabalho ainda se