A relação epistemológica entre a Antropologia do Imaginário e a Ecolinguística

A relação epistemológica entre a Antropologia do Imaginário e a Ecolinguística
Samuel de Sousa Silva (PG/FL/UFG)
Introdução
A relação entre a antropologia do imaginário e a ecolinguística se dá pelas duas linhas construírem seus edifícios teóricos sobre um mesmo alicerce estrutural que é a condição de existência por excelência da espécie humana, a sua relação corporal com o seu meio. Pois conforme afirma Umberto Eco, os únicos universais humanos presentes em todas as culturas são relativos ao posicionamento dos nossos corpos frente ao espaço a nossa volta (Eco, 1998).
Para a Ecolinguística, essa relação de adaptação e conhecimento do mundo a nossa volta por meio da afetação dos nossos corpos pelos outros corpos a nossa volta, assim como a afetação do nosso meio imediato pelo nosso corpo que se apresenta como elemento desse espaço, é entendida como o processo do nosso ajustamento ao ecossistema no qual somos inseridos ou nascemos nele. Esse ecossistema é formado pelo território, ou espaço compartilhado pelos integrantes desse ecossistema, pelos corpos integrados nesse ecossistema; povos, fauna, flora e minerais, e pelas inter-relações que conectam os integrantes do ecossistema e os harmonizam ao todo, sendo que essas inter-relações são denominadas pela ecolinguística como língua, ou poderíamos chama-la de linguagem ecossistêmica.
Já na antropologia do imaginário o símbolo, ou imagem, que é o objeto de análise mínimo dessa linha de pesquisa, é compreendido como uma inscrição na língua humana desse “vinculo afetivo-representativo que liga um locutor e um alocutário e que os gramáticos chamam ‘o plano locutório ou interjetivo’” (durand, 2002, p.31), e que ocorre como evento na interação, no dialogo face a face. Nessa perspectiva, o símbolo seria esse rastro mais primitivo, ou mais representativo do evento em si, dessa relação entre locutores reais, ou entre pessoas e o mundo a sua volta, que na língua aparece apenas como representação.
Portanto, a antropologia