A relação da Filosofia com o Mito, Religião, Ciência e Arte.
O Mito é uma forma espontânea que homem criou para situar-se no mundo, porém não por meio de explicações exclusivamente racionais, mas na realidade vivida, portanto préreflexiva, das emoções e da afetividade. O homem deseja o mundo e ao mesmo tempo o teme, visto que o desconhecido sempre o amedrontou e, portanto, desejou dominá-lo. Entre os índios brasileiros, dentre muitos mitos, existe o da origem do dia e da noite o qual diz que ao transportarem um coco, ouviram sair de dentro dele barulhos diferentes e não resistiram à tentação de abri-lo, apesar de recomendações contrárias. Ao abrir escapuliu a escuridão da noite. Por piedade divina, a claridade lhes foi devolvida pela Aurora, mas com a determinação de que nunca mais haveria só claridade, como antes, mas alternância do dia e da noite. Entre os gregos dos tempos homéricos existiu a lenda de Pandora, que, enviada aos homens, abre por curiosidade a caixa de onde saem todos os males. Pandora consegue fechá-la a tempo de reter a esperança, única forma de o homem não sucumbir às dores e aos sofrimentos da vida. Ao observar os dois relatos, percebem-se semelhanças na essência dos mitos, pois ambos trabalham a idéia de curiosidade, idéia e castigo (escuridão ou males), nítidos traços de temor sobre esse mundo desconhecido. Hoje já não se entende o surgimento da racionalidade crítica, como evolução do pensamento humano inferiorizando o pensamento mítico, e sim o resultado de um processo muito lento, preparado pelo passado mítico, cujas características não desaparecem "como por encanto na nova abordagem filosófica do mundo. Ou seja, o surgimento da filosofia na Grécia não foi o resultado de um salto, um "milagre" realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo que se fez através dos tempos e tem sua divida com o passado mítico. Dentre tudo que mais amedronta o homem a morte é o que levar maior