A regra de seis - walter murch
Continuidade tridimensional, é a primeira coisa que se aborda em salas ou grupos de edição de filmes. Consiste na seqüência de planos, por exemplo: plano A, um homem abre a porta e anda até a metade da sala. Corta para o plano B, que pega o homem do mesmo lugar e o acompanha até o fim da sala, onde se senta na sua escrivaninha, ou um sofá, etc.
Ao longo de muito tempo, desde o começo da produção de filmes sonorizados, esta era a regra básica. A continuidade do espaço tridimensional era vista como algo a ser preservada até o último instante, e se falho, era visto como falta de habilidade e precisão. O “pular” as pessoas no espaço não era nem cogitado em cenas normais, apenas em situações extremas, como lutas ou terremotos.
Mas para Walter Murch, a continuidade tridimensional é colocada no final de uma lista de seis critérios que definem um bom corte.
No topo da lista está a emoção, que é o último critério a ser tratado em aulas de edição (quando se fala, pois é de extrema dificuldade tratar e definir tal coisa).
Se o seu público sente da mesma forma o que você pretendia durante todo o filme, você fez o máximo que poderia fazer. A edição não será lembrada, nem a câmera, as atuações das personagens ou o enredo, mas sim como o público sentiu tudo isso.
Walter Murch analisa e defende que, para ele, o corte ideal obedece simultaneamente aos seis critérios que se seguem: reflete a emoção do momento (emoção); faz o enredo avançar (enredo); acontece no momento “certo” (ritmo); respeita o que podemos chamar de eye trace ou alvo da imagem (a preocupação com o foco de interesse do espectador e sua movimentação dentro do quadro; respeita a “planaridade” (a gramática das três dimensões transpostas para duas pela fotografia ou plano bidimensional da tela; e respeita a continuidade tridimensional do próprio espaço (onde as pessoas estão na sala e em relação umas com as outras, ou espaço tridimensional da ação).
Sempre devemos tentar