A Reforma Psiqui Trica Para Enviar

A Reforma Psiquiátrica
Em 1961, Franco Basaglia deixou a carreira universitária, pois aquele tipo de conhecimento não mais lhe pertencia e produzia somente práticas de opressão. Aceitou o cargo de diretor no Hospital Psiquiátrico de Gorizia. Não sabia ainda o que fazer naquele momento, mas certamente, ele sabia o que se deveria fazer.
Naqueles anos na Europa havia alguns movimentos de reforma da psiquiatria. A experiência anglo-saxônica da Comunidade Terapêutica surgiu no pós-guerra quando os remanescentes, os heróis de guerra, voltavam chocados com os horrores desta experiência. Estes não podiam, porém, ir para os manicômios. Portanto surgiram desta experiência de Comunidade Terapêutica lugares não opressivos onde se desenvolvia uma horizontalidade das relações, uma democratização das relações. Eram lugares fechados, mas dentro deles havia uma democratização que buscava transformar as relações de poder.
Outra experiência importante foi a francesa de Setor. Ainda que mantendo o hospital psiquiátrico, se desenvolveu no território uma série de serviços que consideravam a importância do lugar, do bairro, dos lugares onde as pessoas viviam e onde a doença de desenvolve, e de serviços ligados a estes.
Estes eram os modelos mais alternativos que circulavam, naquele período, na Europa.
Em Goriza, Basaglia abriu as portas internas do hospital psiquiátrico. Ele não aceitava o estilo de vida dos internos, assim como os métodos coercitivos e violentos de tratamento aos mesmos. Democratizou as relações, construiu uma Comunidade Terapêutica, levou “pedaços” da cidade para dentro: artistas, músicos, escritores etc., entretanto, quando entendeu que havia necessidade de fazer as pessoas saírem do hospital, isto não lhe foi possível fazer.
Basaglia considerava que para poder estudar as doenças mentais, a psiquiatria havia posto o homem entre parênteses. Assim, a psiquiatria acabou estudando a doenças abstratas, pois elas não existiam por si sós. As doenças somente existem quando