A Radiação Cósmica de Fundo em Microondas
A Radiação Cósmica de Fundo em microondas (RCFM) é a mais antiga fonte de observação direta do Universo de que dispomos e uma evidência sólida de que o modelo do Big Bang é a melhor descrição do processo de criação do Universo. É um sinal eletromagnético, de origem cosmológica, que pode ser observado hoje em dia em todo o céu. É uma espécie de ruído que permeia todo o Universo. Ela, portanto, atinge a Terra vinda de todas as direções e pode ser detectada, por exemplo, por um aparelho de TV: algo em torno de 3% do ruído eletromagnético recebido por um televisor deve-se à RCFM. Cosmólogos estudam as propriedades da RCFM para tentar entender como o Universo evoluiu para o que hoje observamos. Está associada a uma época em que o Universo ainda era muito jovem (muito antes de surgirem as primeiras estrelas, planetas ou galáxias), quando a matéria era predominantemente constituída por prótons e elétrons que formavam uma espécie de "gás primordial". Em 1948, a radiação cósmica de fundo foi prevista por três cientistas da universidade de Princeton, George Gamov, Ralph Alpher e Robert Herman, após o físico Fred Hoyle dizer que se o Big Bang tivesse ocorrido haveria um “fóssil” da explosão. Eles trabalharam incessantemente para tentar comprovar a teoria do Big Bang encontrando assim seu “fóssil”. Anos depois, em 1965, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson haviam detectado um ruído na antena utilizada para radiodifusão, após limparem a antena e anotarem rigorosamente as características do ruído, entraram em contato com os três cientistas dizendo que detectaram uma interferência na antena que parecia vir de todo lugar do espaço e que tinha por volta de 2,25 K. A partir daí descobriram que realmente se tratava da radiação cósmica de fundo. Essa descoberta é considerada como uma das mais importantes da história da cosmologia observacional e, por isso, Penzias e Wilson ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1978.
O universo deve ter