A química e a Arte de Pirotecnia
DE SOM E
LUZ NOS CÉUS
FOTO CORBIS (DC)/ LATINSTOCK
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QUÍMICA
Há séculos, os espetáculos produzidos por fogos de artifício atraem e seduzem espectadores de todas as idades e crenças, em várias partes do mundo. Por trás de cada um dos sons que enchem o ar e das cores que pintam o céu, há uma explicação científica – e muita pesquisa. Há também um toque de arte
– afinal, é preciso a união dessas duas visões de mundo para produzir essas aquarelas sonoras, efêmeras, mas deslumbrantes.
A seguir, uma breve jornada pela história e – principalmente – pela química desse engenho humano.
SÉRGIO DE PAULA MACHADO
ANGELO C. PINTO
Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro
A química e a arte da pirotecnia s fogos de artifício foram levados pelos árabes para a Europa, e as festividades pirotécnicas de caráter cívico ou religioso surgiram na Itália, na cidade de Florença, no final do século 14.
Os espetáculos produzidos atualmente por fogos de artifício atraem e seduzem espectadores de todas as idades e crenças. No entanto, o espectro de cores nem sempre foi tão amplo assim. Nos primórdios, as cores desses artefatos estavam limitadas ao dourado e prateado, por ser a mistura dos componentes restrita a apenas pólvora, carvão (carbono vegetal) e limalha de ferro.
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IMAGEM SPL DC/ LATINSTOCK.
Portanto, as imagens e os sons de cada explosão são o resultado de diversas reações químicas.
Oxidações (perda de elétrons) e reduções (ganho de elétrons) de produtos químicos ocorrem nos fogos de artifício em sua trajetória em direção ao céu. Oxidantes produzem o gás oxigênio, necessário para queimar a mistura dos agentes redutores e para excitar os átomos dos compostos emissores de luz (ver ‘Oxidantes e redutores’).
Mudança de orbital_Para que se entenda como
os fogos de artifício colorem o céu e o barulho que provocam, é preciso se