O documentário expõe o tempo todo a diferença que existe entre as duas margens do rio Pinheiros. Ele divide o pobre dos ricos. Mostra a dura realidade das comunidades carentes dos bairros de Capão Redondo, Jardim Angela e Jardim São Luis, todos localizados na Zona Sul de São Paulo. A região, que começou a se formar devido à ocupação populacional desordenada nas áreas de manancial da Zona Sul da capital, foi escolhida por retratar fielmente a situação de desigualdade social que existe na nossa sociedade. A professora, conhecida na periferia como Tia Dag, é, inclusive, um dos destaques do filme, em 1994 ela fundou uma associação educacional, que hoje é considerada uma das experiências de maior êxito no setor de educação integral do À Casa do Zezinho, que visa o desenvolvimento das crianças e jovens da periferia da Zona Sul, começou com 6 alunos e, hoje, conta com mais de 1200. A ideia do documentário é denunciar as desigualdades sociais que acontecem no país, mas de uma forma esperançosa. Dessa maneira, é possível abrir os olhos das pessoas e, ao mesmo tempo, incentivá-las a mudar a realidade que enxergam. A questão social é um tema que deve ser discutido, colocado em foco permanentemente, haja vista a relevância da análise e compreensão das relações entre sociedade civil e Estado. Faz uma análise histórica do processo de construção da questão social brasileira e sugere para uma compreensão que os aspectos econômicos, políticos e sociais devam ser examinados criteriosamente. O autor aponta, junto de Hélio Jaguaribe, a existência de dois Brasis num mesmo contexto, um arcaico, lento, atrasado, de subsistência, rural, etc., e um outro, moderno, arrojado, tecnológico, industrializado. Desde a escravidão, os movimentos sociais eclodem e colocam-se como dispositivo rotineiro na luta da igualdade de direitos. Com o investimento do poder público