A QUALIDADE DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
A QUALIDADE DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
Antonio Claudio Pinto da Fonseca 1
Diferentes enfoques da construção do ambiente edificado – a perda da qualidade do edifício enquanto formulador do espaço da cidade
A discussão da arquitetura vinculada à produção imobiliária, se faz de modo muito reduzido
quando focalizada somente na questão de elevações e soluções de fachada. De modo geral, se critica a produção imobiliária pelo viés do valor simbólico em que esta procura se
expressar, utilizando-se de “estilos” do passado para gerar valor, e apresentando uma enorme fragmentação das plantas das unidades de moradia em busca da criação de espaços internos diferenciados. Também nos térreos e áreas externas do edifício essa procura aparece, gerando no mais das vezes uma enorme difusão de espaços mirrados e mal arranjados entre si. Essas são questões relevantes e que tem lugar na discussão,
principalmente se realizadas a partir da ótica da verificação das plantas e do arranjo espacial dos compartimentos. São também protagonistas deste debate a formulação dos espaços de circulação, o duplo acesso aos apartamentos e a perda da referência do equilíbrio entre programas e o modo de vida contemporâneo.
Entretanto, adoto neste trabalho como foco desta discussão para o que, na minha concepção, é a questão basilar para o entendimento da qualidade da produção imobiliária privada, qual seja a inserção urbana dos edifícios e o modo como esses edifícios se
apropriam dos lotes. Procuraremos explicitar modo como esta produção influencia o ambiente construído e delineia a paisagem da cidade.
Algumas questões preliminares são necessárias como fulcro para esta discussão. A primeira delas nos remete a critica sobre arquitetura produzida pelo mercado imobiliário, na cidade
de São Paulo, e aponta para a necessidade de uma reflexão sobre a herança recebida da fase áurea da produção arquitetônica brasileira que remonta