A Psicologia e o Transporte do M todo Cl nico para o Hospital
CAPITULO 4 : O IMPASSE E A CONSTRUÇÃO DE CAMINHOS AUTÔNOMOS
4.1. A Psicologia e o Transporte do Método Clínico para o Hospital
Segundo Macedo, ao psicólogo clínico “diz respeito, sobretudo, o bem estar das pessoas em sua singularidade e complexidade. A psicoterapia vincula-se ao fazer do psicólogo clínico, tarefa que apresenta considerável expansão nos últimos anos. Essa expansão tem ocorrido de forma irregular a nível social. O tratamento clínico gratuito, em instituições públicas, ainda é limitado em nível das necessidades de grande parcela da população. Aproximadamente 52% destes profissionais atuam em consultórios particulares, realizando psicodiagnóstico, psicoterapia e aconselhamento, segundo levantamento realizado até 1970 (Mello, 1975). No entanto, experiências mal sucedidas em psicologia hospitalar parecem caracterizar-se pela inadequação do psicólogo ao tentar transpor ao hospital, o modelo clínico tradicional aprendido.
O modelo clínico único aprendido impõe-se nos diversos níveis de atuação em saúde, sejam eles primários, secundários ou terciários.
O psicólogo hospitalar deve possuir características próprias, adequadas e específicas ao hospital que, por sua vez, interferem diretamente na inserção e no desempenho técnico do profissional.
Deve ainda, seguir requisitos mínimos - teóricos e práticos - para a atuação, orientação e supervisão, formação específica na área clínica e hospitalar, em nível de graduação, especialização ou pós-graduação e experiência pertinente e adequada na área. Uma das principais críticas à formação do psicólogo reside na questão do privilégio de uma formação individualista e egocentrista, onde o profissional de psicologia permanece fechado, na maior parte das vezes, aos problemas referentes à sua classe e à sociedade como um todo.
4.2. As Referências da Especificidade da Psicologia no Contexto Hospitalar
4.2.1. A Institucionalidade: limites e resistência No hospital, é fundamental que