A psicologia na educação: dos paradigmas científicos às finalidades educacionais
Marcus Vinicius da Cunha*
Resumo:
Este artigo analisa algumas teorias psicológicas e suas contribuições para a educação. Discute estas teorias sob a concepção de paradigma, originária de Thomas Kuhn, e propõe que o único critério para aceitá-las ou recusá-las no campo educacional é o estabelecimento de finalidades educacionais.
Palavras-chave: teorias psicológicas; paradigmas científicos; psicologia educacional; finalidades educacionais.
1. INTRODUÇÃO
Os currículos dos cursos de formação de professores, em qualquer nível que seja, abordam temas que dizem respeito à escola, como instituição social, e às relações mantidas pelos agentes envolvidos no processo de ensinar e aprender. Algumas de suas disciplinas respondem pelos fundamentos filosóficos, políticos, sociais e legais do ensino, com ênfase no desenvolvimento histórico da escola e no perfil sociológico e antropológico da clientela. Outras abrangem aspectos teórico-metodológicos que, suplementados por atividades de estágio supervisionado, visam a instrumentalizar a prática docente. Neste universo em que se busca compreender a escola no tempo histórico e nas circunstâncias imediatas da ordem social, bem como discutir as bases epistemológicas da pedagogia, apresentam-se ensinamentos pertinentes à psicologia do educando e do educador para sustentar a relação entre quem ensina, o que é ensinado e quem aprende.
Com exceção, é claro, das disciplinas estritamente metodológicas, todos os saberes que contribuem para a formação dos professores pertencem, originalmente, a um terreno que se distingue da educação escolar. Ciências como a Sociologia e a Antropologia, por exemplo, possuem esferas próprias de estudo e reflexão, como é sabido, mas esperam-se delas contribuições para esclarecer problemas do âmbito educacional. Assim como se recorre à Filosofia para deslindar a tradição do pensamento ocidental, de modo a elucidar os