A proposta que pode acabar com a neutralidade de rede nos EUA foi aprovada
O temor nos EUA é que essa proposta de alguma forma sufoque pequenos serviços e impeça o surgimento de novas ferramentas. É fácil entender como isso pode acontecer.
Vamos dizer que uma pequena startup queira oferecer um serviço novo, um concorrente para gigantes já estabelecidos no mercado. Haverá uma grande desvantagem nessa competição, que não será nem um pouco sadia: os gigantes estabelecidos possuem dinheiro, podem fechar acordo para ter prioridade em velocidade nas redes das operadoras. Logo, o pequeno sofre para crescer, já que não tem como pagar para a “via rápida”, e é sufocado. Sem ter com quem competir, a tendência é que os gigantes cobrem o quanto quiser – afinal, não estão ameaçados por novos nomes que podem vir a surgir.
Lembre-se que mesmo gigantes de hoje na internet começaram como pequenas startups: seja no caso dos estudantes de Stanford que criaram um poderoso motor de busca, ou aquele outro estudante de Harvard que criou um site para outros alunos da universidade. Com a proposta da FCC, o Google provavelmente enfrentaria muito mais dificuldade para se tornar o que é hoje, assim como o Facebook. São gigantes que cresceram no ambiente de tráfego isonômico na internet.
Colocar o poder econômico como um fator que pode influenciar no tráfego da internet é perigoso e pode destruir esse ambiente livre.
Vale ressaltar que a proposta da via rápida da internet ainda é apenas uma proposta. Ela foi aprovada por 3 votos a favor e 2 contrários pelo conselho da agência, e agora passará por um período de 60 dias de audiência pública – nos próximos meses, uma grande batalha pela neutralidade da rede oorrerá nos EUA.