A Promoção do Social Para os gregos, o social significava tanto a esfera privada das relações da casa e da família, como na esfera da participação política. Hannah Arendt lembra um fator fundamental que contribuiu para a promoção do social: a subordinação da esfera pública aos interesses privados dos indivíduos. Assim, os meios deste processo foram: o desenvolvimento das atividades artísticas como o romance, a música e a poesia, como também a generalização dos comportamentos sociais, que negam a espontaneidade da opinião, que ocorre desde o século XVIII até a atualidade. O conformismo da sociedade tem duas vertentes: o politico, que vem a constituir o receptor dos interesses da sociedade e nas relações sociais desaparece a pluralidade da discussão política em virtude de uma vontade geral normalizada. Mas para Arendt a política e a história vem a ser um campo variado de ações, devendo o homem abolir o conformismo e exercitar uma vida activa pluralista. A passagem das preocupações da esfera privada da família e da casa para o domínio da política acabou com a oposição clássica entre a polis e o oikos. A esfera privada atual teve a sua origem nos últimos períodos do Império Romano com a sua desagregação, os cidadãos procuravam afirmar os seus direitos privados, ou seja, da terra, no espaço público em resposta aos ataques dos bárbaros. Na modernidade, o privado não apoia a esfera da sociabilidade e a esfera política, situando-se no domínio do individualismo. No século XVIII, Rousseau, o primeiro estudioso do intimismo, defendeu que os sentimentos privados deveriam ser preservados da esfera comum do social. O desenvolvimento das atividades artísticas privadas como a música, a poesia e o romance aprofundaram a relação entre a sociabilidade e a individualidade. Na perspectiva de Rousseau, os homens agem sempre numa vontade geral que unifica a opinião pública, mesmo que inicialmente tenham opiniões divergentes. Antes da desintegração da família nuclear, que