A posição de josé paulo netto sobre o documento de araxá (mg 1967)
Durante o conturbado governo de João Goulart (Jango) (1961-1964), no qual seguimentos políticos de orientação socialista, surgidos dentro da igreja Católica, juntos ao movimento da união nacional dos estudantes, (UNE), na luta pelo fim da exclusão e do alto índice de analfabetismo no Brasil, e com a posterior rebelião dos sargentos pelo direito à candidatura a cargos eletivos, – rebelião notada com maus olhos pelo militares das altas patentes, por considerarem um risco à hierarquia militar–, a imprensa lança uma derrocada de informes publicitários numa campanha pelo fim do governo de Jango frente ao o risco do comunismo totalitário, pregado massivamente. Com isso, a crescente pressão da opinião popular, representada pela classe média, para que os militares “salvassem” o Brasil de um possível golpe de estado que instauraria o sistema de governo comunista, tenciona os militares políticos para que concretizem o golpe militar no Brasil, apoiado não ocasionalmente pelos Estados Unidos da América do Norte.
Em 1º de Abril de 1964 é instaurada a ditadura militar no Brasil – que viria a durar 21 anos–, pelo golpe militar. Inserida em uma perspectiva de comoção global pela implantação e desenvolvimento do capitalismo monopolista de hegemonia, – em maior parte, norte americana– dos países capitalistas.
É nesta perspectiva de alavancar o crescimento industrial no Brasil, – sob as lógicas capitalistas de produção, a fim de inserir a sua economia numa organização global de divisão do trabalho e acumulação–, é que se dão alguns dos fatos mais importantes à conceituação teórica, politica e prática do Serviço Social.
Foram realizados dois grandes seminários de teorização do Serviço Social durante o período da ditadura militar. Foram eles, o seminário de Araxá (MG) e o seminário de Teresópolis (RJ). Mas apenas um deles resultou em um documento posterior. Foi o seminário de Araxá.
Segundo Netto, (2006, p. 164),