A política sob a visão da ética cristã
O mundo civilizado hoje está dividido em nações livres, organizadas em sociedade com suas respectivas leis, sob sistema e forma de governo específicos. Alguns países adotam regime ditatorial, onde os direitos humanos e liberdade de expressão são cerceados, e o povo geralmente está afastado do poder. Outros países são democráticos, onde teoricamente o poder "emana do povo, e é para o povo", modelo idealizado pelos atenienses. Neste cenário aparece o cidadão, protagonista das decisões que envolvem a coletividade. Segundo Dalmo Dallari,
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.
Muitos exercem de maneira libertina os direitos que a democracia outorga aos cidadãos, enquanto outros preferem se furtar do compromisso com a cidadania, e se afastam da escolha dos seus representantes no governo. Mais além, se afastam até do debate de grandes temas que afetam diretamente a vida diária da população. Outros acreditam que seu voto é tão insignificante que não fará diferença no resultado das eleições. E acabam votando sem convicção.
Uma igreja local se identifica com a sociedade a que pertence, além de sofrer sua influência cultural e comportamental. Porém a recíproca também deveria ser verdadeira. A igreja deve influenciar a sociedade a qual está inserida, de forma pró-ativa e pragmática.
Analisemos a a ética social de Jesus. Estava plenamente inserido na sociedade a qual vivia. Participava de casamentos, ensinava nas sinagogas e nas praças, lidava tanto com pobres quanto com ricos. Ele vencia as barreiras do preconceito: ministrava a adúlteros e estrangeiros, convivia com nacionalistas e imperialistas. Buscava não o seu próprio benefício, mas buscava