Maquiavel: uma nova ética política

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS - CESA
MESTRADO PROFISSIONAL EM PLANEJAMENTO E POLITICAS PÚBLICAS

TEORIA POLÍTICA I
Artigo

MAQUIAVEL: UMA NOVA ÉTICA POLÍTICA
ANTONIO ELIZEU DE SOUSA
RICARDO VICTOR VIANA ALVES

Foertaleza, Setembro de 2014

INTRODUÇÃO
Este artigo dialoga com a obra O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, que viveu na Idade Média, no período da renascença. Buscamos extrair uma abordagem sobre o surgimento de uma ética da pragmática política cujo referencial destoa da ética idealista cristã vigente ali. Além da leitura da obra citada, lemos ainda Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio e acolhemos as reflexões de comentadores como Manfredo Oliveira, Marilena Chauí, Marcílio Marques Moreira, Maria Teresa Sadek, Quentin Skinner e Josênio Parente.
A teorização das coisas da política, da conquista e manutenção do Estado é a base do opúsculo O Príncipe, obra que eleva o autor ao patamar dos pensadores políticos do Estado Moderno. Para compreender o autor e seu tempo observamos que a desestruturação do sistema feudal europeu, nos fins da Idade Média e início da Idade Moderna, faz reflorescer valores e princípios elaborados ainda na antiguidade clássica. Evidencia-se aí uma retomada do pensamento greco-romano através de revisões analíticas, afunilando-o para o aprofundamento do conceito de indivíduo, tendo o homem como cerne da dinâmica social. Por consequência, aspectos da racionalidade humana ganham destaque e passam a ser uma das bases do pensamento renascentista; permanecendo no entanto, ainda, o viés religioso de matriz cristã, que perpassa séculos e mantêm-se vivo entre os ousados renascentistas.
Na esteira das revisões da renascença começa a se amalgamar o pensamento político moderno. Nesse período, a Europa vivencia um processo de reordenação política, onde senhores feudais se articulam politicamente para fortalecer seus domínios e, por conseguinte, combater as revoltas