A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz.
Resenha
Diogo Henrique Alves1
MORGENTHAU, Hans J. A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz.
Brasília: UnB, 2003. 1093p.
A obra A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz – cuja primeira edição data de 1948, continua sendo a obra mais notável de Hans Morgenthau.
Nela combinam-se relações internacionais, direito internacional público e diplomacia multilateral. Nos dias atuais, o ambiente internacional apresenta-se notavelmente turbulento, revelando transformações significativas em curso. Dessa forma, a obra de Morgenthau assume destacada importância no esforço de estudiosos e estadistas no sentido de compreender, de forma mais precisa, o papel de cada ator e os possíveis desdobramentos de crises do sistema internacional. Constata-se a preocupação contínua do autor em atualizar essa obra em suas múltiplas reedições, como a de 1955, com o novo cenário internacional do pós-guerra, início do embate ideológico da bipolaridade e a guerra da Coreia; ou a de 1960, com a efervescência da descolonização afro-asiática e o multilateralismo no seio onusiano; mais adiante, com a guerra do Vietnã, o desfecho da retomada da guerra fria no início da década de 1980. A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz - é uma obra singular, pois contempla teoria e realidade em seus inúmeros exemplos e, embora seja uma filosofia vinculada à guerra fria, nela não se esgota.
Morgenthau pertence ao pensamento Realista, que é corrente teórica importante na política internacional desde o início do estudo das Relações Internacionais. No plano intelectual, a escola Realista estava, em boa medida, representada por intelectuais de origem europeia, que emigraram para os Estados Unidos, levando para lá a herança teórica da Razão de Estado. Dentre eles, destacam-se nomes como Nicholas J. Spykman, Arnold Wolfers, John H. Herz, Karl Deutsch,
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Analista de política internacional da Embaixada Real da Arábia