A POLÍCIA NO GRÃO PARÁ: DE 1823 A 1831
Este artigo é fruto de uma pesquisa que tem por finalidade travar uma análise em torno da criação do Corpo de Polícia, no Grão-Pará, no decorrer da primeira metade do século XIX.
Nesse sentido, a importância desta análise se justifica pelo rompimento com o ideal positivista que registra, foca, direciona a história, a partir de um olhar de cima para baixo, isto é, o olhar dominante do homem que exclui outros agentes sociais.
Por conseguinte, aqui, pretende-se reformular a história, construir alicerces de modo, que ela possa ser (re)contada, (re)construída, posteriormente, de baixo para cima, com o objetivo de, na contra-mão dos grandes vultos do discurso clássico, não excluir da historiografia aqueles outros que também fizeram parte deste processo.
Para tal, faz-se necessário questionar posicionamentos como os de FEITOSA (1994), RAIOL (1970), BRITO (2002), REGO (1981), à luz da abertura de uma nova história social, a fim de tratar da criação do corpo de polícia, no Grão-Pará, do debate historiográfico, dos antecedentes históricos, do recrutamento, da atuação do corpo do corpo de polícia até a sua, posterior, extinção em 1831 – mostrando como se deram os “conflitos” e “embates” e quais os interesses em questão.
Por outro lado, vale ressaltar ainda a visão de CASTRO, IZECKSOHN E KRAAY (2004) “da história militar à nova história militar”, HALLOWAY (1997) e MACHADO (2004), no intuito de tentar circunscrever representações que abrangem um corpus muito mais amplo, complexo e diversificado.
Nesse sentido, a metodologia utilizada vale-se de uma divisão do eixo temático – A Polícia no Grão-Pará: De 1822 a 1831 – em partes que se distribuem nos seguintes tópicos: debate historiográfico, antecedentes históricos, criação do corpo de polícia, recrutamento e atuação. Quanto ao Debate Historiográfico, arrola-se a discussão inerente à origem da criação do corpo de polícia. Entre os autores – divididos entre concepções positivista de cunho tradicional e