Pobreza
O fim do Império e a chegada da República ao Brasil, no final do século XIX, marcam um período movimentado por diversas crises políticas no país. Surge a partir daí, as esperanças de um novo regime para os republicanos brasileiros. Esse novo regime traz consigo a idealização do progresso, a formação de uma civilização justa, causando uma obsessão coletiva da burguesia brasileira, revelando o outro lado do progresso: a pobreza.
No Piauí, esse regime não trouxe mudanças significativas para o Estado. A elite acreditava que para o progresso acontecer, era preciso haver uma ordenação da sociedade. Consequentemente, para se ter uma boa organização, era necessária a ordem. Os avanços para o progresso podem ser traduzidos através dos projetos políticos e também pelos projetos que tinham como objetivo o ordenamento da cidade e a criação de instituições assistenciais, com a finalidade de afastar os loucos, tirar os mendigos da rua, disciplinar o processo migratório, regulamentar o trabalho e prevenir a vagabundagem.
Por outro lado, havia uma preocupação com a crise social decorrente dos problemas políticos e econômicos existentes no Piauí, crise esta que já ocorria desde o fim do Império. A economia do Piauí era marcada pela agricultura de subsistência e possuía baixo índice de produtividade. Era voltado para o consumo familiar, baseado na pequena produção. Pode-se dizer que a economia agrária do Piauí era caracterizada pela pecuária, que foi mantida até o início do século XX. Depois disso, se iniciou a atividade econômica do extrativismo vegetal, através da borracha de maniçoba, cera de carnaúba e amêndoa de babaçu, tornando-se a atividade de maior importância do Estado.
Essa nova atividade econômica viabilizou o renascimento do Piauí, mergulhado na crise econômica da pecuária. Após isso, logo no início do século XX, foram realizados no Estado diversos serviços públicos em nome do progresso, como o abastecimento d’água e o