A pol tica monet ria e a infla o de servi os no Brasil

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05/06/2015 ­ 05:00

A política monetária e a inflação (de serviços) no
Brasil
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O Banco Central do Brasil parece estar mesmo disposto a assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% em
2016. Pelo menos é isso que fica claro quando analisamos os pronunciamentos recentes da autoridade monetária.
Afinal, não faltam expressões nesse sentido, tais como "autoridade vigilante", "determinação" e "perseverança".
Essa intenção do BC, no entanto, depende crucialmente da sua capacidade de reduzir a inflação de serviços, vilã do IPCA nos últimos anos. Isto, obviamente, na ausência de choques de oferta de alimentos e de rodadas adicionais de depreciação cambial.
O problema é que existem visões divergentes em relação à viabilidade do alcance da meta já em 2016. Enquanto o
BC acredita na convergência, fazendo de tudo para tal, o mercado mantém rígidas suas expectativas de inflação para o ano que vem, na casa dos 5,5%. Para se entender bem os dois lados, é interessante conhecer quais os argumentos técnicos a favor de cada um.
O principal ponto a favor do BC é a deterioração recente do mercado de trabalho. Por exemplo, em abril, houve destruição líquida de quase 100 mil postos formais de trabalho, segundo dados do Caged. Não bastasse isso, a taxa de desemprego vem se elevando rapidamente (e de forma cada vez mais acelerada), tendo alcançado 6,4% em abril, mesmo patamar de abril de 2011 (dados da PME/IBGE). Diante desse cenário, os rendimentos nominais vêm desacelerando rapidamente. Essa realidade, embora triste, é condição necessária para a desinflação do setor de serviços.
A aposta do BC tem respaldo em alguns trabalhos acadêmicos recentes desenvolvidos na instituição. Dentre eles, chama atenção o Working Paper nºº 339 ­ "Um conto de três hiatos: Desemprego, Utilização da Capacidade
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Instalada na Indústria e Produto", que estima curvas de Philips desagregadas para bens comercializáveis e não­ comercializáveis dependendo, respectivamente, do nível de

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