A pesca de curral
1. INTRODUÇÃO
Os currais de pesca são armadilhas fixas para peixes e são usadas especialmente nas áreas de marés. As cercas são construídas de forma a não impedirem completamente o escape dos peixes, mas de dificultar sua saída (VON BRANDT, 1984).
A origem da pesca de curral no Brasil é incerta, pois alguns pesquisadores afirmam que os primeiros currais de pesca foram instalados em Pernambuco, mais precisamente na praia do Pau Amarelo, pelos portugueses Lelou, Bartolomeu Bravo e Baltasar de Araújo, por volta de 1694 (ARAÚJO, 2012). Outros afirmam que é uma técnica de origem indígena que se confunde com a própria identidade cultural do pescador (LIMA, 2010).
Estruturalmente, como pode ser verificado na figura um, o curral de pesca pode ser composto de partes principais e/ou secundárias. As partes principais são indispensáveis para o bom funcionamento do curral, tais como a espia ou asa (que é a estrutura que direciona o peixe para o interior do curral), e o chiqueiro, que alguns pescadores chamam de depósito
(que é o compartimento que armazena o peixe até ser capturado na baixa-mar). As partes secundárias ou auxiliares são as que aumentam a capacidade de captura do curral, como os salões e as salas, que também podem ser denominadas de salinhas (PIORSKI et al., 2009).
A localização e a disposição dos seus compartimentos e de suas estruturas em relação às correntes de maré são os fatores que determinam a eficiência de um curral de pesca, tendo em vista que os currais não oferecem nenhum tipo de atração artificial que leve o peixe ao seu interior (FONTELES-FILHO; ESPINDOLA, 2001).
Ao longo do litoral paraense, os tipos básicos dos currais-de-pesca atualmente em uso são: os currais de uma espia do tipo coração, como mostrado na figura dois e do tipo cachimbo que é mostrado na figura três e os currais de duas espias conhecidos como enfiacoração, ilustrado na figura um e enfia que é