a peca paz aristofanes
A peça A Paz foi apresentada nas Grandes Dionísias de 421 a.C., a um público de atenienses e não-atenienses, apenas alguns meses antes da assinatura da Paz de Nícias, entre atenienses e Lacedemônios. O contexto era, assim, o da Guerra do Peloponeso, na iminência do fechamento de um tratado de paz.
Resumo da comédia
Um ateniense de nome Trigeu, um camponês simples, cansado de pedir aos deuses pelo fim da guerra entre os helenos, resolve ele mesmo ir ao Olimpo pedir a Zeus pelo retorno da Paz entre os homens. Levado aos céus por um besouro gigante, ele lá descobre por meio de Hermes que os deuses se mudaram para bem longe. Deixaram na casa apenas Pólemos,o deus da guerra, que mantém a Paz aprisionada em uma caverna fechada por pedras. Com a ajuda dos trabalhadores e agricultores, Trigeu consegue libertar a Paz, uma estátua que ele leva consigo para a cidade. Junto com ela vem a Deusa dos Frutos – a qual ele desposa - e a doadora de espetáculos. A peça termina com a festa de núpcias de Trigeu em sua fazenda.
A guerra por trás da peça
Na presente peça de Aristófanes, percebe-se facilmente a partir da leitura da mesma, uma essência crítica. Não apenas em A Paz, mas em suas obras no geral. O comediógrafo ateniense trabalhava por meio de cada peça, variados temas no âmbito sócio-político de sua contemporaneidade com certo tom irônico.
Para Aristófanes era necessária tanto a presença das elites na astý quanto a do campesinato na khóra para garantir a sobrevivência da pólis. Ele defendia a existência da mesma, pois para o autor era o único modelo político que parecia ser funcional. Com o receio de que Atenas entrasse em completa ruína devido aos longos anos de conflito ele resolve problematizar então a Guerra na peça. Vale ressaltar que existem outras obras dele nas quais também aborda o mesmo tema e em todas ele adjetivava a guerra com nomes sempre negativos.
Como iria ele persuadir o povo (os espectadores presentes no ato da interpretação